Como seria a Revolução do 25 de Abril se acontecesse em 2019?
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A vida dos cidadãos portugueses após a “Revolução dos Cravos” mudou radicalmente. Naquela altura, a população não podia escolher: o serviço militar era obrigatório para todos os jovens do sexo masculino; as mulheres tinham de apresentar uma autorização assinada pelo marido para poderem ausentar-se do país; e a acessibilidade a cuidados de saúde e educação era também reduzida.
O acesso à informação era extremamente restrito: a PIDE tinha implementado um sistema de censura que determinava a que livros, música e notícias é que a população poderia aceder. A internet ainda estava longe de existir em Portugal, muito menos de ser acessível ao cidadão comum. Mas caso existisse, seria censurada, pois o regime controlava e limitava todo o tipo de informação que pudesse colocar em risco a ditadura Salazarista.
Vamos imaginar como é que seria a revolução em 2019.
Ia ser combinada na internet, através de E-mail ou através de conversas no Whatsapp. Talvez tivesse nascido de um evento no Facebook ou até um grupo do Twitter.
Aconteceria algo assim: "Como sabem, o Twitter e o Facebook são essenciais na disseminação e fortalecimento das manifestações populares, apesar dos esforços do governo para bloquear e restringir o acesso à internet. Se o acesso à internet estivesse verdadeiramente condicionado, os militares poderiam aceder às redes fora do controlo dos governos."
Talvez o cravo não fosse hoje o símbolo da Revolução, mas sim o Like ou um Hashtag.
São muitas as possibilidades de como poderia ter sido a queda ditadorial portuguesa se existisse a internet naquela época. A verdade é que graças ao sonho dos participantes do golpe de estado de 25 de abril e de todos os que a seguir trabalharam no sentido de melhorar as condições de vida de uma população até então reprimida, que hoje podem ser publicados textos como este sem temer a nossa liberdade e bem-estar.
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