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O Papel da Tecnologia nas Eleições

Foto do escritor: Flávia AnjosFlávia Anjos


Já muito se debateu sobre as possibilidades das novas tecnologias se tornorem numa espécie de renovação na democracia. Para os mais otimistas, com a Internet seria possível democratizar os partidos, reformar as instituições políticas, abrir um espaço público para debate e contrariar o afastamento dos cidadãos do campo político.


Apesar de todas as possibilidades, a adaptação dos partidos não tem um contexto de rede com resposta imediata, e o processo de modernização das campanhas online não tem sido igual em todas as democracias.


O caso português apresenta algumas particularidades:

(i) baixos níveis de profissionalização das campanhas eleitorais;

(ii) estruturas partidárias centralizadas com modelos comunicacionais verticais;

(iii) adesão dos cidadãos aos ideais da democracia deliberativa, mas uma cultura incipiente de debate e de discussão política;

(iv) formas de associativismo mais fortes nas áreas de integração social e com pouca relevância em matéria de novos movimentos sociais;

(v) fraca mobilização política dos cidadãos, em especial nas modalidades de protesto e nas novas formas de participação.


Portanto, o conceito das campanhas com tecnologias refere-se a campanhas online cuja comunicação é predominantemente hierárquica e unilateral, com lógicas e conteúdos que pouco diferem daqueles produzidos pelos meios de comunicação de massa. A plataforma muda, mas o modo de comunicação mantém-se sem alterações relevantes, pois o cidadão continua num lugar de recetor passivo.


Na lógica das redes sociais os conteúdos mais valorizados são os mais partilhados — sendo a viralidade na rede uma das suas potencialidades mais relevantes, porque permite uma grande exposição de um determinado conteúdo, através da sua partilha em cadeia. E os conteúdos mais partilhados são os que contêm uma mensagem mais positiva, ao contrário do que acontece nos media, em que o conteúdo negativo tem maior probabilidade de se tornar notícia - a própria lógica de circulação das mensagens é diferente.

Contudo, os media mostram aquilo que os candidatos não mostram - um pouco de verdade.


Como sabemos, as épocas de campanha que precedem uma eleição exigem um grande investimento de recursos por parte dos candidatos. E como tal, os candidatos querem fazer sempre algo a favor da comunidade, enquanto podem, para terem mais votos. Ouvem o público através das redes sociais, pois conseguem ver o descontentamento do mesmo e consideram isso como uma vantagem.


Mas será que quando conseguem o cargo ouvem o público?

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